segunda-feira, setembro 26, 2011

O tempo que parou

Depois que você foi embora o tempo parou um pouquinho. Ficou naqueles dias em que combinávamos quando você viria e naquele final de semana, que eu combinei amizade, amor, músicas, luau num mirante bem bonito. Depois, naquela noite que não dormi, que não acreditei. O tempo parou aqui dentro de mim no dia que você foi embora. Parou naqueles dias viajando junto, cantando junto, rindo, dividindo chopp. Parou no abraço no pátio da minha casa, no reflexo no espelho, nas tuas letras no meu mural improvisado. O tempo ficou parado dentro de mim sem uma parte importante, que eu sei, que mesmo de longe, em outra dimensão, no que for, só continua quando te encontro num sonho. Desses que se sonha dormindo ou só olhando pra fora da janela. O tempo parou no meu coração e você me faz uma falta infinita. Eu sei que vai haver reencontro, mas ainda não consegui me acostumar com a ausência. Havia e há muita coisa pra dividir. Só agradeço por ter me deixado outras pessoas que são reflexos do seu amor. Assim tenho você em tempo corrido, em vários corações. Você é amor em tempo que não anda mais. Você é tempo que não passa. Você é amor que ficou em mim. Minha amiga, princesa, pequena, cantora... Denise.

terça-feira, setembro 06, 2011

Desenlear

Alguns dias parecem nó. Se apertam antes mesmo de acordarmos. São agoniantes, pesados. Parecem flutuantes, mas são pesados como rocha. Alguns desses dias os pés não querem andar. As pernas querem repousar e os braços só querem se enfiar em baixo das cobertas ou dos travesseiros. Na verdade, não. Dias assim se quer todas as coisas ao mesmo tempo. Viajar e ficar. Sair mas permanecer. Encontrar mas não ver. Conversar sem ter que falar. Dias assim são cinzas, mas sempre se pode melhorar. É hora de aumentar o volume do rádio e se tomar pela canção. Um rock despretensioso, uma balada, qualquer coisa. É hora de desfazer os nós. Desenlear-se dos fios presos e sorrir. Só ir.

segunda-feira, setembro 05, 2011

Divisões

É preciso saber dividir. Entusiasmar-se com um pedaço de bolo, com um brigadeirinho de colher. É sorrir quando as mãos dançam no vento do carro acelerando. Brincar com os pingos de água no chuveiro, com a espuma do banho. Tocar piano imaginário na sua perna, ritmar com as mãos juntas, dançar com os dedos. É sentar na praia, respirar a maresia, falar nada ou falar muito e sobre qualquer coisa. É saber a hora de parar mesmo querendo continuar. É aprender a ser pai ou mãe de gente grande e estar disposto a ouvir um "não" quando se for ajudar. É deixar-se sumir pra respeitar espaço, porque até o espaço deve ser dividido. É fazer carinho na palma da mão e no pulso. Guardar o cheiro no travesseiro, sonhar acordado e dividir planos. Mostrar fotografias, músicas, ilustrações, quadrinhos. É ensinar e aprender uma língua nova e inventar, porque não, uma língua ainda mais nova e diferente. Dividir palavras, choros, sorrisos, família, amigos. Os brinquedos e mais qualquer coisa.


"É preciso estar distraído e não esperar absolutamente nada. Não há nada a ser esperado, nem desesperado. (CFA)"