Estou numa mistura de querer ficar e partir. Naquela indecisão de segurar com toda a minha força e soltar pra ser leve com o vento. Talvez a segunda opção seja a melhor, já que Deus não erra e a vida é exatamente assumir riscos. Deixo você brincar como se estivesse fora do meu corpo. Você já tem morada aqui dentro, na parte que me deixa viva. Tem essa parte que me ajuda a querer ficar e a segurar todas as barras que puderem vir. Se a dúvida vem, tenho que fazê-la ir embora. Não tenho mais tempo pra desconfiar, principalmente da vida. Desconfiar se o que ela me deu é certo, errado, bonito, feio, faz bem ou mal. Tenho tempo pra viver com paciência e confiança. Tenho esse tempo pra dar presentes, ganhar outros, abrir os braços e me soltar no tempo. Gosto de aproveitar o momento que estou vivendo porque não sei do próximo que virá. Não gosto de perder tempo com coisas sem importância. Se você entendesse a importância que eu vejo no farfalhar de uma borboleta (mesmo que seja dessas que vivem na minha barriga), você entenderia sobre todas as estranhezas que me rodeiam e como as coisas podem ser simples, e só se deixar levar e viver. Assim eu decido: não vou. Mas levo todos os sonhos dentro de mim.