quarta-feira, agosto 18, 2010

Precisar

Parece que eu preciso de coisas que nem nome sei dar. Até coisas que sei. Cortinas, luminárias, luas, estrelas, sóis. Do que mais eu preciso pra preencher a parte vazia do meu coração? Fotografias, sons, sorrisos, palavras, poemas. Que mais? Uma mão, um abraço, um beijo e um tchau, uma certeza e um talvez... tapetes, travesseiros, almofadas. Uma pilha de risadas e sentimentos matutinos, cheios de luz do sol nascendo e entrando no meu quarto. Preciso de uma noite de conversa pra ter dias de sol silenciosos e entendíveis. Preciso de muitas coisas e preciso de você. Vou entender teu talvez, tua grosseria. Mas vou torcer pra que não seja assim, só pra que seja bom. Quantas coisas mais eu preciso pra preencher esse vazio? Se eu for, você vai comigo? Preciso de tempo e preciso de.

terça-feira, agosto 10, 2010

Músicas de coração

O telefone toca. - Gabriela, estou aqui na biblioteca. Pode vir me ver? - Claro, já vou.
Papo vai, papo vem. Conversas soltas, olhares, carinhos amigáveis ou mais. Sorrisos, revistas, livros, comentários sobre política, futebol, arte.
Hora de ir.
Um abraço mais apertado que o normal, um beijo no rosto e, espera, tenho uma coisa pra ti. Um CD com músicas lindas, presente mesmo que só se faz de coração.
Sinto falta de certos olhares, mas ouço as músicas sempre e com muito carinho.
Desculpa ter te magoado. Vai ver o tempo sabe mesmo o que faz.

quinta-feira, agosto 05, 2010

Pensamento clandestino

Quem é o que eu já perdi em mim também é um eu que pegou as malas e foi morar fora, em outro corpo ou em outra cabeça cheia de pensamentos que poderiam ser meus.
Quem consegue morar na mente de outro alguém, sendo a própria pessoa, é quase um clandestino que não soube livrar-se o suficiente do país que era seu próprio dono, se é que se é dono de algo, alguém, pensamentos, ideias. Tudo são inspirações. Talvez você leia os mesmos livros que eu, as mesmas poesias. Tenha até um olhar parecido pras coisas ou pra o que quiser que seja. Não sei quem eu sou quando não moro em mim, mas sei quem é você quando me recebe nesse país que é de ninguém. Se eu conseguisse contar tudo o que vejo quando não estou em mim...