Toda vez que leio algo que me cabe não hesito em usar e fazer as palavras morarem em mim. Alguns versos alugam meu peito por grandes temporadas. Nem me consultam se podem se mudar. Eles entram e ficam ecoando o tempo todo dentro do meu peito. Tem verso que até me tira o sossego. Tem outros que me inquietam até encontrar o significado dentro de mim. Sei lá, também devo morar nesse lugar dos pensamentos dos poetas.
Escrever é ação muito responsável. Você não usa só o que vem de dentro de você, mas pega emprestado os sentimentos dos outros também. É inevitável. Todas as palavras que se juntam são algo interno, mas que ecoa externamente e dentro de outras pessoas também. Nenhum poeta ou escritor pode fugir dessa sina. Sentir e escrever com a responsabilidade de seus versos também morarem no peito de outro alguém.