quinta-feira, junho 18, 2009

Das estações do ano

Mas não fiz questão de levantar cedo da cama porque sentia que precisava sentir o macio dos meus travesseiros e das fronhas de algodão acariciando meu rosto. Pensei quão bom seria se recebesse mais do que carinho de travesseiros e cobertores todos os dias pela manhã, mas não. Recebo carinho por cada estação que passa. No verão tenho sorrisos, abraços de muita gente e bebida que acaricia minha garganta. Depois vem o outono e as despedidas. Acabam-se os abraços de tanta gente e ficam as músicas pra acariciar a saudade e os ouvidos. Aí chega o tempo mais frio com carinho de mãe e pai além risada das irmãs e tudo o que é de família. Brigadeiro de panela geralmente entra nessa época, junto com as gordurinhas extras, claro! Na primavera é tempo de mandar amor de mentira embora. Foi sempre assim. Amor que nascia, quem sabe num outono, crescia naquele frio de inverno e ia embora com os perfumes sonolentos da primavera. Nem me importava, porque de tudo o que preciso das estações guardo nos meus sorrisos internos e no carinho que trago dentro dos travesseiros junto com os sonhos de ser bem maior.
Mas sabe bem que não me interessa entender direito cada estação, porque tenho sede de viver e buscar e aprender e ver coisas diferentes e novas pros meus olhos. Cada ciclo um novo começo e em cada começo mais surpresas e mais ânsias e mais, e mais, e mais...

4 comentários:

POEM HAS BROKEN disse...

Sutil como a primavera.
Quase um carinho de pétala de flor que cai e desliza no rosto.

Anônimo disse...

O melhor de tudo isso é que a nossa bela estação de carinho dura o ano todo, todos os anos.

Letícia Cardoso disse...

Achei lindo esse texto.
Me apaixonei pela sua forma de escrever, tão simples, tão doce.

Parabéns pelo texto, me fez refletir sobre as minhas próprias estações.

Beijos!

Anônimo disse...

Deixo a lentidão conduzir os meus olhos, quando leio coisa boa. E pra mim, isso é sempre fantástico quando sinto que é verdade.