terça-feira, setembro 06, 2011
Desenlear
Alguns dias parecem nó. Se apertam antes mesmo de acordarmos. São agoniantes, pesados. Parecem flutuantes, mas são pesados como rocha. Alguns desses dias os pés não querem andar. As pernas querem repousar e os braços só querem se enfiar em baixo das cobertas ou dos travesseiros. Na verdade, não. Dias assim se quer todas as coisas ao mesmo tempo. Viajar e ficar. Sair mas permanecer. Encontrar mas não ver. Conversar sem ter que falar. Dias assim são cinzas, mas sempre se pode melhorar. É hora de aumentar o volume do rádio e se tomar pela canção. Um rock despretensioso, uma balada, qualquer coisa. É hora de desfazer os nós. Desenlear-se dos fios presos e sorrir. Só ir.
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