É preciso saber dividir. Entusiasmar-se com um pedaço de bolo, com um brigadeirinho de colher. É sorrir quando as mãos dançam no vento do carro acelerando. Brincar com os pingos de água no chuveiro, com a espuma do banho. Tocar piano imaginário na sua perna, ritmar com as mãos juntas, dançar com os dedos. É sentar na praia, respirar a maresia, falar nada ou falar muito e sobre qualquer coisa. É saber a hora de parar mesmo querendo continuar. É aprender a ser pai ou mãe de gente grande e estar disposto a ouvir um "não" quando se for ajudar. É deixar-se sumir pra respeitar espaço, porque até o espaço deve ser dividido. É fazer carinho na palma da mão e no pulso. Guardar o cheiro no travesseiro, sonhar acordado e dividir planos. Mostrar fotografias, músicas, ilustrações, quadrinhos. É ensinar e aprender uma língua nova e inventar, porque não, uma língua ainda mais nova e diferente. Dividir palavras, choros, sorrisos, família, amigos. Os brinquedos e mais qualquer coisa.
"É preciso estar distraído e não esperar absolutamente nada. Não há nada a ser esperado, nem desesperado. (CFA)"
Nenhum comentário:
Postar um comentário