terça-feira, dezembro 04, 2007

Do assassinato da curiosidade

Pronto. Fui lá. Matei a curiosidade, te provei. Foi delicioso, extasiante. Cada pedacinho seu com um sabor diferente, como se fosse a bebida púrpura das cartas de baralho da ilha perdida do Curinga. Mas enjoei rápido de todos os sabores. Aliás, eu não gosto de muitas coisas, preferia que fosses menos doce, ou menos ácido... ou menos qualquer coisa... Algo foi demais e eu enjoei.
Das palavras ouvidas e das lidas que passaram por aqui, guardei. São minhas. Mas viu? Vou ficar só com as palavras... teu gosto não era assim tão bom quanto esperava.
Cuida de ti aí. És viciante demais pra deixar pessoas não preparadas provarem. Se gostar, é pra sempre, chega até a doer se não tiver... se não, acontece como aqui, onde se mata a curiosidade e toda a graça vai embora.
Só queria falar, mesmo que tu não escutes.
Mas apenas uma coisa eu não entendi: porque será que ainda me perturbas? Tá, não vou querer saber! Fica aí.

quarta-feira, novembro 21, 2007

Da curiosidade

Eu vou sair por aí explicando pra todo mundo que tu és fruto da minha curiosidade. E será impossível, que as pessoas não entendem que provocar a minha curiosidade pode me trazer problemas?
Vou querer matar a minha curiosidade da forma mais simples que se mata: Provando. E vou querer provar devagarinho, pra poder sentir o (teu) gosto direitinho, de tudo. Das palavras que eu leio, das que eu escuto. Dos abraços sem tamanho. Dos beijos de despedida.
Vou querer (te) provar devagar, pra poder descobrir o que me encanta tanto em cada detalhe.
Provocaram a curiosidade. Confirmaram que seria certo. Agora só resta provar... e tu deixa, né? Eu (te) provar...?

sexta-feira, novembro 02, 2007

Sonho

- Nossa mãe, fiz uma sonharada essa noite...
- Sonhou com o quê?
- Com a Ditadura Argentina.
- Quê, filha?
- Com a ditadura, mãe! Eles ficavam me perseguindo porque lá não tinha mais comida e eu e mais um casal que se diziam ser meus pais, tínhamos um pote cheio de ruffles. E tinha um negão barbudo que ficava se escondendo numa barraca na frente da que eu estava e todo mundo ficava olhando pra ele porque ele se mexia demais na barraca e aí mexia tudo.
- Tu anda vendo coisa ruim demais na televisão...

O.o

segunda-feira, outubro 22, 2007

A visita - Caio Fernando Abreu



Duração: 29:19

Autor: RBS TV RS

Publicado em: 22/10/07

Categoria: Escritores gaúchos

sábado, outubro 20, 2007

Especial Caio Fernando Abreu


(...)e de novo então me vens e me chegas e me invades e me tomas e me pedes e me perdes e te derramas sobre mim com teus olhos sempre fugitivos e abres a boca para libertar novas histórias e outra vez me completo assim, sem urgências(...)


que ele me sabe tanto e tão bem, assim, sem rodeios... só me sabe e .

sexta-feira, outubro 19, 2007

Ai, Caio

Sabe aquela frase "A lucidez me leva às raias da loucura", que é da Elis Regina e tudo e tal? Tá, tu não sabe... mas tem essa frase num corredor da Casa de Cultura Mário Quintana, em Porto Alegre. En-fim... não é exatamente disso que eu quero falar hoje... é que essa frase me veio na cabeça essa manhã. Mas ela me veio de outra forma. Ela me veio explicar o que aconteceu comigo ontem... foi assim: "A paixão me leva às raias da loucura". Sim, a PAIXÃO!
Eu saí de casa ontem, pra ir pra faculdade, com uma vontade tremenda de beber beber beber e beber... feio, né? Mas eu tinha motivo! Toda essa paixão me consumindo e eu precisava fazer alguma coisa pra encontrar com ela (no caso, a paixão, né!)... Chama-se Caio. Assim, esse nome pequenininho mas que conseguiu me mudar em tão pouco tempo. Porque conheci ele no ano passado, mas só fui dar bola mesmo esse ano há uns dois (ou até menos) meses.
Bacardi e vodka. E não eram dois copos normais... eram dois baldes de caipirinha! Eu sei que é feio e tudo, mas foi tão necessário!
Troquei nomes, mas porque são parecidos, eu juro! Tudo tinha "M", no começo ou no meio e terminava com "él" ou coisa parecida... Mas não quero fugir do meu foco, o Caio. Homanegem, saudade, vontade ou qualquer coisa.. não saberia explicar. Fato: deisci do ônibus e deitei no meio da rua... é!! Meio-da-rua! Sabe a rua? e aí tem o meio dela... foi lá que eu deitei. Porque eu nem conseguia levantar mesmo... tudo girava e a náusea e o Caio e tudo... liguei pra pessoa especial porque me deu vontade e pronto! Tadinho, deve ter ido dormir todo preocupado.. ainda mais que eu disse: -ai, uma luz aqui... an? a polícia!! A polícia tá aqui...
Gente!! Não sei se eu sentia vergonha ou felicidade de ver alguém pra me ajudar a levantar... O policial chegou perto, perguntou se estava tudo bem e onde eu morava... e eu lembro exatamente do que eu disse pra ele: Olha seu guarda, eu tô bem! Eu só precisava lavar um pouco a alma hoje.. porque sabe quando tu pre-ci-sa fazer alguma coisa? Aí tu vai lá e faz e pronto! Eu não bebo sempre... mas hoje eu quis sentir o Caio... sabe? O Caio é minha paixão e tem sido minha companhia... porque eu sou sozinha, tu sabia? Eu até tenho muitos amigos... mas não sei se as pessoas compreendem tudo como o Caio. E sabia que o Caio já morreu? É!! Morreu em 97! Ele teve AIDS, o coitado... não que ele fosse coitado... mas é um dó, né? O bixo era muito bom! Nossa!! E me entende tanto! Porque eu sou sozinha, né?! E o policial: Tá, mas onde tu mora? E eu: alí na esquina ó.. to pertinho de casa! E ele: Tu sabe que nós estamos aqui pra ajudar, né? E eu: Eu sei... e eu fico feliz de vocês ajudarem e tudo! Mas eu to legal.. só senti vontade de deitar e eu estava falando com meu namorado.. (aí o telefone toca, o Fê pergunta se tá tudo bem e eu digo que sim, que a polícia estava alí e estavam me ajudando e que era pra não se preocupar que eu ligava depois, mandei beijo e pronto). E o policial: Tu queres ajuda pra chegar em casa? E eu: Não... eu to bem!! Brigada mesmo!! E ele: Mas se cuida! E eu: eu me cuido.. não precisa se preocupar! Hoje eu me encontrei com o Caio, mas fica tranquilo que não faço mais isso... deixa ele lá, né? E o policial: É! Deixa ele e vá pra casa, tu.
Aí eu fui, andando meio lento, meio rápido, com o cotovelo maxucado e um pouco da mão esquerda também (porque quando eu fui levantar do chão, eu não conseguia e me ralei toda).
Aí eu fui pro banheiro, vomitei vomitei vomitei. Abri o chuveiro, não sei como e tudo porque eu realmente não estava sã... tomei banho com sabonete e tudo e fechei o chuveiro, deitei no chão molhado e dormi. Acordei depois de uns 5 minutinhos, só... com frio. Levantei e escovei os dentes depois fui pro quarto... não sei como eu arrumei a cama e vomitei de novo... deitei e dormi até 6 e pouca da manhã, quando fui perceber que ainda estava tonta do bacardi e da vodka... tomei água água água... escovei os dentes e voltei pra cama... o enjoô voltou e eu levantei pra tomar banho as 7:22. Tomei banho, dei "oi" pra mãe, lá da janela do meu quarto e desci pra tomar café. Nem tomei, mas tentei... não descia.. eu só queria água e água e água. Bebi água e subi pra escovar os dentes de novo e tirar o gosto do café da boca... vomitei de novo e aí tudo foi parando de rodar. Liguei o som da Camila (e que saudade dela, hein!), coloquei o cd da Maria Rita, porque eu precisava escutar ela cantando pra mim...
Arrumei cama, atendi telefone e tudo... e to assim, cheia de devaneios na cabeça e um pouco tonta ainda...
Mas se eu precisava lavar minha alma, eu lavei! Não vou mais fazer isso porque além de feio faz mal... mas eu lavei e agora deu.
Vou dar férias pro Caio, porque eu vi que nosso encontro foi o suficiente pra matar essa saudade esquisita dele...
E por enquanto é isso... deu vontade de colocar aqui e pronto.

quarta-feira, outubro 17, 2007

E eu desabafei...

É quando o mundo estremece pra cada escolha que eu faço e aí me deixo sentir junto. Me sento em um meio de sofá, sozinha na cozinha, na beirada da cama e deixo o mundo girar e se tremer inteiro. E eu aqui no meio de tudo querendo que alguma seta me aponte para qualquer lado. - Tu pensa demais, Gabriela! - Mas se não fosse assim, não seria eu! Claro, se fico quieta demais, por muito tempo, é culpa disso, de pensar demais. Eu gosto de estar em um lugar e me colocar em outro pra me ver... Mas prefiro pensar em excesso do que não pensar nada. Deixar a cabeça solta seria fácil... mas não aprendi a ser oca. O vazio que tenho (ou não) de sentimentos (porque eles me faltam muitas e muitas vezes), não me completa em nada. Só completa a cabeça com pensamentos nada ocos. Tenho sede de aprender, conhecer, desvendar... tudo bem que a novidade me conquista sempre (não qualquer novidade, é claro!)... Mas quero aprender a transformar a novidade em novo sempre. Alguém, um dia, estará preparado para isso. Mesmo quando eu tento encher as curiosidades de novidades ocas e coisas fúteis. É a vontade de parecer igual. Ser assim e não ser igual é como eu sei ser. E aí, num papo casual com uma amiga, eu conto uma novidade qualquer e ela responde... é, de ti eu já não espero (dúvido) mais nada, né Gabriela?... Poxa vida!! Será que dá pra entender? Eu não preciso que peguem no meu pé... só preciso que... sei lá o que eu preciso, deve ser respeito e tudo... e ta aí, é por isso que eu me calo tanto!

enfim...

sexta-feira, outubro 05, 2007

Das observações secretas

Eu queria poder ficar te olhando. Só olhando... pra tentar entender o jeito que tu consegues me descrever tanto. Posso?
Vou ficar quietinha aqui. Continua vivendo aí... só quero ficar te olhando, assim.

sexta-feira, setembro 28, 2007

Pra levar por dentro

Droga, aquele teu sorriso não me sai mais da cabeça. Aquele mesmo, aquele sorriso boboca de quem está querendo ser simpático/legal/não grosseiro ao entender que do lado de cá da mesa havia um infinito complexo e fundo pra ti descobrir.
Ah!! Claro, aí tu me diz que não sabe onde foi que eu me larguei. Foi aí, poxa. Me deitei no teu ombro e me deixei ficar.
- Dá pra calar essa boca e escutar quando eu falo? Pelo menos olha pra mim quando eu falo contigo... será que custa tanto largar um pouco dessa tua vida pra escutar o que eu tenho pra dizer? É importante... - Me solta!! Deixa eu terminar...
- Quê? - Não é assim... só queria dizer que lembro do teu sorriso sempre... daquela risada misturada... Porque se tu soubesses o quanto me fez bem...
- Senti com saudades... sabia?
- Claro que sabia... tu sempre sabe... mas essa mania de ser mais fechado e mais calado que eu... tu consegue fingir que não sabe de nada, nunca.
- E até quando? - Me solta, poxa... agora não é a hora do abraço... e também tô cansada de abraços-com-dia-e-hora-marcados. As coisas deveriam ser mais naturais, tu não achas?
- Eu sei!! Mas eu quero. Eu gosto. (a hora do abraço é agora, né?) - Não me solta agora... segura mais um pouquinho, não sei quando vou te ver de novo.
- Também!
- Claro, eu ligo... me liga também? - Vou... sempre!
- Espera... posso guardar esse sorriso pra mim? - Deixo... pode levar também. - Também pode.
(Vou te guardar com os sorrisos dentro do meu abraço, tá? Me leva junto também, eu deixo. Eu quero. ...)

sexta-feira, setembro 07, 2007

Do abraço que fez flutuar

E hoje, de novo, caí em ti, não da forma de "esbarrar e cair sobre ti", mas caí no que sempre caía antes, que era da forma que tu me segurava... mas hoje, nem segurou.
Senti distância, muita, olhando pro frio azul que o brilho dos teus olhos ainda têm pra me esquentar. E ainda assim, depois dos anos que já passaram, eu não tenho certeza se tu existe ou se é algum tipo de ser que eu nem sei explicar o quê, que passou por aqui (minha vida, claro) e sabe-se lá tenha ficado ou não.
Mas eu ainda queria, mais que tudo mesmo, descobrir porque me pego pensando em tantas coisas que não foram e em tudo o que não aconteceu. É fato, daqui de dentro não vou tirar nunca mais. Pelo menos tento... mas é inútil. Desejo que sejas feliz, que continue com teu pedaço de inteiro e que não deixe de viver isso que és. Mesmo sem falar mais e sem nunca mais ter visto (ou voltar a ver, não sei), vou estar contigo aqui por dentro.
Todo esse sentimentalismo que tu me deixaste e... me diz, pra quê? Vou sentir saudades daquele dia e daqueles dias ausentes pra todo o sempre (super piegas, eu sei). Ás vezes (sim, às vezes porque nem sempre sinto isso e tu só me aparece às vezes assim), sinto a maior vontade de rasgar esse brilho congelado. Mas também, não vejo motivos pra te contar sobre tudo ou pra tentar qualquer coisa de novo. Na verdade, a irritação que tu me causas é maior do que qualquer vontade de matar "saudade" ou de estar presente de novo.
Claro, confesso que grande parte do que sou hoje eu devo a ti e a tudo o que me ensinaste. Tu que me fizeste ver o que eu tinha aqui dentro e me mostrou da grandiosidade das "pequenas coisas da vida". E sempre com essa beleza de tudo que tu tens, e... ahh... querer saber se tu tinhas ou não que acontecer é demais, mas confesso que muitas e muitas vezes me pego pensando nisso. Porque é demais lembrar de tudo. Quando a vontade de deixar pra qualquer pessoa ler de tudo o que passou (e passa ainda como um filme na minha cabeça muitas vezes), eu prefiro deixar pra mim.
Das minhas faltas de coragem com as palavras tu sabes bem, ainda. Eu sei. Droga, o problema é que tu sabes demais de mim sem eu menos ter que falar. E falando nisso, faz quanto tempo que não batemos um papo mesmo, de verdade? Tá, nem lembro... acho que a última vez foi irritante demais, sei lá...
Mas deixa, quero que minha vida também aconteça, e pra ti eu não tenho mais que falar nada. Não preciso. Tu sempre vai saber.
-Correr-Abraçar-Silenciar-Flutuar-Segurar-Respirar-Girar-Soltar-
-Abraçar-Beijar-Entrelaçar-Caminhar-Olhar-Suspirar-Amar.
Ainda? SEMPRE, ou nunca... depende da perspectiva de quem assiste, ou não.
Me deixa com as confusões. Não quero te falar mais nada. Mas deixa assim, eu gosto de conversar contigo por dentro de mim.
Tá, mais tarde eu volto.
Oi? Tudo bem... pode vir também... mas por favor, bata na porta antes de entrar. Há tumultos aqui dentro. Tudo bem, teu lugar tá alí.
Não vou me despedir, falta dez anos pra ver de novo... só mais dez.